Neste domingo, 8 de setembro de 2024, dados alarmantes apontam que a umidade relativa do ar em várias regiões do Brasil está perigosamente baixa. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registra índices de umidade menores do que 10% em lugares como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Para comparação, o deserto do Atacama no Chile, o mais seco do mundo, tem uma umidade de apenas 5%.
Adicionalmente, várias outras cidades brasileiras apresentam índices de umidade em torno de 20%, ainda muito abaixo do ideal. No deserto do Saara, no norte da África, a umidade máxima chega a 20%. A medição é feita pelas estações de monitoramento do Inmet, que estão distribuídas em todo o Brasil, embora não cubram todos os municípios (veja a lista abaixo).
Motivos da Baixa Umidade do Ar no Brasil
Essa situação crítica tem como principal causa a estação seca no país. Naturalmente, essa é uma época com menos chuvas, afetando diretamente a umidade relativa do ar até outubro. Contudo, a gravidade da situação resulta de três fatores essenciais:
- Seca recorde: O Brasil enfrenta uma das mais intensas secas da sua história recente. Exceto no Rio Grande do Sul, a seca é generalizada e, em algumas regiões, já dura mais de cem dias.
- Ondas de calor: Setembro iniciou com uma intensa onda de calor, levando várias cidades a baterem recordes de temperatura. O calor elevado e a falta de chuva contribuem para a diminuição da umidade.
- Bloqueios atmosféricos: Configurações de ventos que impedem frentes frias e chuvas de chegarem às regiões afetadas, tornando a atmosfera ainda mais seca.
O que Podemos Esperar nos Próximos Dias?
A previsão dos meteorologistas não é otimista. A expectativa é de que as altas temperaturas e a baixa umidade do ar persistam nos próximos dias. Áreas como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Mato Grosso e Rio Grande do Sul estão sob alerta máximo devido às temperaturas extremas.
Impactos da Baixa Umidade do Ar na Saúde
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa ideal para o organismo humano varia entre 40% e 70%. Quando essa taxa cai para 30%, já é alarmante, trazendo prejuízos consideráveis para a saúde. O ar seco pode provocar problemas respiratórios, cansaço, dores de cabeça e ressecamento das mucosas. Pessoas com doenças respiratórias, como asma, rinite e bronquite, estão em maior risco.
O ar seco afeta a produção de muco nas vias aéreas, um mecanismo de defesa natural do corpo. Sem umidade suficiente, esse muco seca, aumentando as obstruções e causando mais desconforto.
Como Enfrentar a Baixa Umidade do Ar?
Para mitigar os efeitos da baixa umidade, siga estas recomendações:
- Beba muita água (cerca de dois litros por dia).
- Utilize um umidificador de ar ou coloque bacias com água nos ambientes.
- Hidrate as mucosas com soro fisiológico pelo menos duas vezes ao dia.
- Lave os olhos com soro fisiológico ou colírios de lágrima artificial.
- Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, pois desidratam.
- Mantenha a casa limpa para evitar o acúmulo de poeira.
- Evite exercícios físicos das 11h às 17h.
- Proteja-se do sol e evite o ressecamento das mucosas e pele.
A situação exige atenção e medidas imediatas para reduzir os impactos na saúde. É essencial ficar atento e adotar práticas que ajudem a enfrentar este período crítico.
Lista de Cidades com Índices de Umidade Críticos
Confira abaixo as cidades que registraram índices de umidade abaixo de 10%:
- Campo Grande, MS
- São Paulo, SP
- Palmas, TO
- Goiânia, GO
- Brasília, DF
- Uberlândia, MG
- Ribeirão Preto, SP
- Piracicaba, SP
- Sinop, MT