O empréstimo consignado é uma opção de financiamento bastante usada por aposentados e pensionistas devido à sua praticidade, uma vez que o pagamento é descontado diretamente da folha.
Nos últimos dias, o mercado financeiro brasileiro viu um movimento significativo com a suspensão do crédito consignado por seis grandes bancos.
Entre essas instituições estão o Pan, BMG, Inbursa, Mercantil, Facta Financeira e Banrisul. Este último, especialmente, desempenha papel crucial no Rio Grande do Sul, o que torna essa decisão ainda mais impactante para os beneficiários da Previdência Social, particularmente aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O principal motivo por trás desta medida é a elevação dos custos de captação, tornando-os incompatíveis com o teto de juros estabelecido para esta modalidade de empréstimo. O aumento da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, desde junho, exacerbou essa situação, levando os bancos a reconsiderar suas operações de crédito consignado.
Qual o impacto do teto de juros no crédito consignado?
O limite de juros para essa modalidade é estipulado pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
Atualmente, os juros giram em torno de 1,66% ao mês para empréstimos e 2,46% ao mês para financiamentos via cartão de crédito consignado.
O objetivo desses limites é evitar cobranças exorbitantes aos beneficiários. Contudo, a recente elevação da Selic, que alcançou 11,25% ao ano, criou uma disparidade entre os custos de captação dos bancos e o teto de juros estabelecido, pressionando as instituições financeiras a suspenderem essas operações.
Por que os bancos suspenderam o empréstimo consignado?
O aumento dos custos de captação leva a um cenário desafiador para os bancos, pois se vêem obrigados a financiar empréstimos a taxas que não cobrem adequadamente seus custos.
Com a Selic em alta e o teto de juros para o crédito consignado congelado, as margens de lucro se tornaram insuficientes, levando os bancos à suspensão das operações de consignado.
Essa atitude visa prevenir potenciais prejuízos financeiros, uma vez que se manter nessa linha de crédito sob as atuais condições poderia levar a perdas significativas.
Futuro do crédito consignado
Com o cenário atual, o futuro do crédito consignado está cercado de incertezas. Caso outros bancos decidam também suspender suas operações, milhões de beneficiários podem enfrentar uma escassez de opções de crédito importantes. Isso pode aumentar o risco de inadimplência e as dificuldades financeiras.
Novas propostas e discussões são esperadas nos próximos meses, buscando alternativas que mantenham o crédito acessível sem comprometer a saúde financeira das instituições de crédito.