Associações do setor aéreo solicitaram que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proceda com cautela em relação ao possível retorno do horário de verão. Em carta divulgada no site da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), as entidades expressaram diversas preocupações quanto à adoção imediata do regime especial, sem considerar as complexidades logísticas e operacionais do mercado de aviação.
No documento, as empresas pedem um prazo de pelo menos 180 dias entre o decreto que regulamentaria o retorno do horário de verão e sua efetiva implementação. Esse período seria crucial para permitir ajustes nas rotas nacionais e internacionais e garantir que as empresas aéreas possam adequar seus horários de voo e conexões de maneira organizada.
O Impacto do Horário de Verão no Setor Aéreo
As entidades alertam que uma definição precipitada, sem diálogo com o setor aéreo, pode causar grandes transtornos aos passageiros que já adquiriram passagens, especialmente com a chegada da alta temporada de dezembro e janeiro. A carta enfatiza a necessidade de reprogramação de voos, ajustes de última hora e mudanças nos planos de viagem dos passageiros.
Outros impactos diretos mencionados na carta incluem mudanças nas escalas de tripulantes, disponibilidade de slots e a capacidade dos aeroportos, especialmente aqueles que já enfrentam limitações na alocação de novos horários. O setor aéreo brasileiro acredita que esses ajustes são fundamentais para evitar caos e desorganização nas operações.
Horário de Verão: Uma Medida Necessária?
O governo federal ainda não decidiu sobre o retorno do horário de verão. Contudo, o regime especial está sendo considerado como uma solução viável para enfrentar a crise de energia provocada pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Na semana passada, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), vinculado ao Ministério de Minas e Energia, sugeriu oficialmente ao governo a volta do horário de verão como forma de preservar o sistema elétrico devido à piora da seca.
A decisão final será tomada pelo presidente Lula. Enquanto isso, as associações do setor aéreo continuam a pressionar por uma implementação planejada e dialogada, a fim de minimizar os possíveis impactos negativos sobre as operações e os passageiros.
Quais Entidades Assinaram a Carta?
A carta publicada no site da Abear é assinada pelas seguintes entidades:
- Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas);
- Alta (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo);
- Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo);
- Jurcaib (Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil).
Essas entidades representam grande parte do setor aéreo e têm a autoridade para falar em nome das companhias e dos stakeholders envolvidos. Elas acreditam que um prazo adequado para a implementação do horário de verão é essencial para que o setor aéreo possa se adaptar às novas exigências, mantendo a qualidade do serviço e a satisfação dos passageiros.
Nos próximos dias, é esperado um posicionamento oficial do governo sobre o retorno do horário de verão. Enquanto isso, as associações continuam a dialogar com as autoridades, buscando garantir que qualquer mudança seja feita de forma planejada e sem causar transtornos significativos aos passageiros e às operações aéreas.