A erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. é uma das tragédias mais conhecidas da história, responsável por dizimar a população de Pompeia, na Itália, em questão de minutos. De acordo com um estudo recente publicado no periódico Scientific Reports, apenas 17 minutos foram necessários para que cerca de dois mil habitantes sucumbissem aos efeitos mortais desse desastre natural.
O estudo foi conduzido por cientistas do Departamento de Ciências da Terra e Geoambientais da Universidade de Bari, na Itália, em conjunto com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) e o Serviço Geológico Britânico de Edimburgo. Esta pesquisa é pioneira em reconstruir a duração do fluxo piroclástico do Vesúvio e seu impacto nos seres humanos.
Efeitos Devastadores da Erupção do Vesúvio
Quando o Monte Vesúvio entrou em erupção, uma mistura de fragmentos de lava solidificada, cinzas vulcânicas e gases em alta temperatura foi liberada, formando o chamado fluxo piroclástico. Esta “avalanche” atingiu Pompeia minutos após a erupção, gerando uma nuvem densa de cinzas e gases que sufocou a maioria dos habitantes da cidade, tanto em suas casas quanto nas ruas e praças.
Segundo os cálculos dos pesquisadores, bastaram 17 minutos de exposição a essa corrente letal para causar a morte por asfixia na maioria dos indivíduos. Aqueles que não morreram sufocados foram esmagados por pedras expelidas no início da erupção, especialmente nas plantações de vinha próximas ao vulcão.
Como o Planejamento Poderia Ter Salvado Vidas em Pompeia?
O estudo também destaca que uma estratégia de planejamento emergencial poderia ter feito diferença. A cidade de Pompeia, situada a 10 quilômetros do Monte Vesúvio, foi menos impactada pelos efeitos térmicos e mecânicos da erupção. Isso sugere que um planejamento de emergência focado nas áreas mais distantes dos PDCs (correntes de densidade piroclástica) poderia aumentar as chances de sobrevivência, pois o principal risco seria a inalação de cinzas em vez de lesões térmicas ou mecânicas.
Roberto Isaia, pesquisador sênior do Observatório Vesuviano do INGV, sugere que o modelo desenvolvido pode ser aplicado a outros vulcões ativos ao redor do mundo. Pierfrancesco Dellino, professor da Universidade de Bari, complementa que a abordagem científica adotada fornece informações valiosas para a proteção civil e para interpretar o comportamento do Vesúvio.
Descobertas Importantes do Estudo
- A erupção do Vesúvio em 79 d.C. durou apenas 17 minutos o suficiente para causar mortes massivas por asfixia.
- Muitas áreas como Pompéia, que estavam a 10 quilômetros do vulcão, poderiam ter tido chances maiores de sobrevivência com um planejamento adequado.
- Depósitos piroclásticos da zona urbana de Pompeia mostram que os corpos permanecem intactos, sem danos térmicos visíveis.
É essencial aprender com esses eventos históricos para melhorar a resposta a desastres naturais futuros. Quanto mais entendermos essas catástrofes, melhor podemos nos preparar e potencialmente salvar vidas. A erupção de Pompeia é uma lembrança poderosa dos riscos que a natureza pode representar e da importância de estar sempre preparado.
Em suma, este estudo não só proporciona uma visão detalhada do que ocorreu em Pompeia, mas também oferece valiosas lições para o planejamento e gestão de emergências vulcânicas em todo o mundo. Com essas informações, a ciência pode continuar a proteger e preservar a vida humana perante os ameaçadores fenômenos naturais.