Os governos do Brasil e dos Estados Unidos firmaram uma colaboração para enfrentar as mudanças climáticas e promover a transição da economia para a energia limpa. O anúncio foi feito no último dia 26 de janeiro de 2024 pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, no Rio de Janeiro.
Durante a coletiva de imprensa, Haddad destacou a importância da aliança entre Brasil e Estados Unidos para incrementar esforços consistentes em promover a transição energética em diversas áreas. Ele afirmou que essa parceria é um exemplo diplomático significativo para outras nações, especialmente em tempos de grandes tensões geopolíticas.
Parceria entre Brasil e Estados Unidos para Transição Energética
A cooperação bilateral entre os dois países foi um dos eventos paralelos à 3ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais, da Trilha de Finanças do G20. Haddad explicou que a inciativa focará em diversos aspectos, incluindo finanças sustentáveis, articulação de cadeias produtivas de energia limpa e reforma de organismos multilaterais para financiar a transição energética.
Como essa parceria pode fortalecer a cooperação internacional?
Haddad acredita que os direcionamentos da parceria resultarão em ações concretas rapidamente e destacou a intenção de envolver o setor privado dos dois países. O objetivo é estimular investimentos em uma matriz energética mais limpa e sustentável, com atenção também para as questões sociais.
Relevância da Parceria para as Mudanças Climáticas
Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, mencionou a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul em 2023, que causaram grandes perdas humanas e materiais e ressaltou a urgência de enfrentar a ameaça das mudanças climáticas. Ela lembrou que o Brasil situou este tema no topo da agenda durante a presidência do G20 e sublinhou os “profundos laços” entre os dois países na busca por soluções climáticas.
Pilares da Parceria pelo Clima
O documento oficial da Parceria pelo Clima assinado pelos dois governos aborda quatro pilares principais:
- Cadeias de produção de energia limpa: Políticas que visam mobilizar o investimento privado para diversificar cadeias de produção globais e apoiar tecnologias de produção de energia limpa e energias renováveis.
- Mercados de carbono de alta integridade: Incentivar e implementar mercados de carbono que possam ser fonte de capital para tecnologias essenciais à transição climática, incluindo captura de carbono e proteção de recursos naturais.
- Finanças da natureza e da biodiversidade: Promover o financiamento e desenvolver soluções para conservar e restaurar a natureza e a biodiversidade, com recursos provenientes de bancos multilaterais e fundos ambientais.
- Fundos climáticos multilaterais: Facilitar o acesso de mercados emergentes e economias em desenvolvimento a recursos de fundos multilaterais de clima, especialmente focados nos países mais vulneráveis.
O Brasil, com mais de 90% de sua geração elétrica livre de carbono, posiciona-se como um exemplo de como economias emergentes podem contribuir para mitigação e adaptação às mudanças climáticas, preservando a natureza e a biodiversidade, além de incentivar o desenvolvimento social e reindustrialização por meio de investimentos inteligentes.
Essa parceria é um marco crucial em um momento onde as ações climáticas ganham mais urgência. Ela não só reforça a cooperação entre Brasil e Estados Unidos, mas também serve de exemplo global para como a diplomacia e os esforços colaborativos podem resultar em um mundo mais sustentável e justo para todos.