Recentemente, um novo alerta foi emitido no Japão, causando pânico e preocupação entre os moradores. Este alerta, acionado pela primeira vez pela Agência Meteorológica do Japão (JMA), sugere um risco elevado de um “megaterremoto” e de um potencial tsunami. O primeiro-ministro Fumio Kishida até cancelou uma viagem para garantir que os preparativos no país estivessem em ordem.
Muitas pessoas no Japão, como Masayo Oshio, residente em Yokohama, ficaram confusas e preocupadas com o aviso. “Estou perplexa com o aviso e não sei o que fazer com ele”, disse Oshio. A população japonesa cresceu ouvindo sobre a possibilidade de um “Big One” – um terremoto catastrófico que ocorre uma vez a cada século.
O que é o “Grande Terremoto”?
O “Grande Terremoto” refere-se a um terremoto de alta magnitude que acontece aproximadamente a cada cem anos. Este tipo de abalo tem um potencial devastador, com previsões indicando mais de 300 mil mortes e uma parede de água de até 30 metros atingindo a costa do Pacífico do Japão. Historicamente, esta região já sofreu grandes terremotos, especialmente ao longo da Fossa de Nankai, trazendo morte e destruição.
As autoridades estão preocupadas com o que?
O Japão é um país acostumado com terremotos, localizado no Círculo de Fogo do Pacífico, onde acontece uma intensa atividade sísmica e vulcânica. Anualmente, o país registra cerca de 1.500 terremotos. No entanto, as autoridades estão particularmente preocupadas com a região densamente povoada ao sul do país, onde um “megaterremoto” poderia ser extremamente letal.
- Em 1707, um grande terremoto ao longo da Fossa de Nankai causou a erupção do Monte Fuji.
- Os últimos “terremotos de megaimpulso” ocorreram em 1944 e 1946.
- Há uma chance de 70-80% de um terremoto de magnitude 8 ou 9 ocorrer ao longo da Fossa nos próximos 30 anos.
É possível realmente prever um terremoto?
Apesar das tecnologias avançadas, prever com precisão um terremoto ainda é um desafio. Robert Geller, professor emérito de sismologia na Universidade de Tóquio, afirma que a emissão de avisos muitas vezes não está baseada em ciência sólida. Embora reconheça que terremotos são fenômenos agrupados, ele diz que é impossível prever se um abalo inicial é um tremor primário ou secundário.
Após o terremoto de 2011, que foi precedido por um abalo prévio ignorado, a JMA desenvolveu um sistema de alerta para evitar desastres semelhantes. Este sistema foi acionado pela primeira vez na última quinta-feira, orientando as pessoas a se prepararem, mas não a evacuarem.
Por que emitir o alerta?
O sistema de alerta no Japão permite a emissão de avisos em diferentes níveis, e o alerta de quinta-feira foi um chamado para preparar a evacuação. Este alerta, apesar de causar ansiedade, foi um sucesso em fazer as pessoas revisarem seus preparativos e reforçar a segurança.
- Em Nichinan, Prefeitura de Miyazaki, autoridades inspecionaram abrigos de evacuação.
- Na Prefeitura de Kochi, 10 municípios abriram 75 abrigos de evacuação.
- A usina térmica Jera Co. está em alerta de emergência, revisando rotas de comunicação.
- Moradores de Kuroshio foram instados a evacuar voluntariamente.
- Autoridades de Wakayama confirmaram rotas de evacuação em cooperação com municípios locais.
Geller sugere que, apesar das críticas ao sistema de alerta, é sempre uma boa oportunidade para tomar precauções de rotina em áreas de risco. Ele aconselha os moradores a terem água, alimento enlatado e pilhas para lanternas sempre à mão.
A situação no Japão serve como um lembrete da constante vigilância necessária em regiões sísmicas, e embora a ciência ainda não permita previsões precisas, a preparação e atenção são essenciais para minimizar os riscos.