Recentemente, uma ampla investigação conduzida pelo Ministério Público revelou um esquema de adulteração de leite em uma fábrica localizada na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Essa operação, conhecida como Leite Compensado, já ocorre desde 2013 e visa combater fraudes na produção de leite no Brasil. Na última etapa da operação, cinco indivíduos foram presos, destacando-se a fábrica Dielat, que teria distribuído produtos contaminados em território nacional e para a Venezuela.
Produtos lácteos dessa fábrica foram fornecidos a diversas cidades no Brasil, incluindo algumas que os utilizavam na merenda escolar. Entre eles, encontram-se marcas como Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall, além do produto Tigo que é exportado. O uso de soda cáustica e água oxigenada no leite tem como objetivo mascarar sua qualidade ao reduzir a acidez e reprocessar itens deteriorados.
Qual é o impacto da adulteração do leite na saúde?
A adição de substâncias como soda cáustica e água oxigenada ao leite é extremamente preocupante do ponto de vista da saúde pública. Segundo especialistas, esses componentes são utilizados para reprocessar produtos que já passaram da data de validade, tornando-os potencialmente perigosos para o consumo humano. As consequências incluem desde distúrbios gastrointestinais até riscos mais graves à saúde, como o desenvolvimento de condições cancerígenas.
Quem são os principais envolvidos na operação?
Entre os principais suspeitos figura Sérgio Alberto Seewald, engenheiro químico apelidado de “alquimista” devido à sua habilidade em manipular fórmulas para ocultar a presença de substâncias ilegais durante inspeções de rotina. Ele já havia sido alvo em uma fase anterior da operação por atividades semelhantes. Outros envolvidos incluem o sócio-proprietário Antonio Ricardo Colombo Sader e o diretor Tales Bardo Laurindo. Além deles, uma mulher não identificada também foi presa por tentativa de eliminar evidências do crime.
Quais medidas são recomendadas ao consumidor?
Embora análises pormenorizadas ainda estejam em andamento para identificar os lotes exatos de produtos contaminados, é prudente que os consumidores evitem adquirir ou consumir produtos das marcas mencionadas. Essa precaução é vital mesmo sem uma determinação oficial sobre quais lotes precisam ser rejeitados. Em casos como este, a prudência é essencial para garantir a segurança alimentar.
Quais são os próximos passos na investigação?
O Ministério Público continua a conduzir exames laboratoriais para determinar a extensão da contaminação e busca compreender a eficácia das novas fórmulas químicas empregadas para esconder as adulterações. O desafio está em superar as dificuldades impostas pelo engenhoso método de fraude. No entanto, as autoridades estão comprometidas em garantir que os responsáveis enfrentem as consequências legais de seus atos.